Dez escolas públicas
mostram como obter bons resultados em matemática
Ranking mundial colocou o Brasil entre os piores no ensino de matemática.
Levantamento mostra bons exemplos em escolas públicas com notas altas.
Ana
Carolina Moreno e Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo
Otávio
Sarti Alves, aluno da Emef Professor José Negri, de Sertãozinho (SP), ganhou a
medalha de ouro
na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas em 2013 (Foto: Weber
Sian/Jornal A Cidade)
Levantamento
do Movimento Todos pela Educação, feito com exclusividade para o G1,
aponta que controlar de perto a lição de casa, oferecer aulas de reforço,
incentivar e estimular os professores, e aproveitar parcerias com o governo são
algumas das medidas adotadas por dez escolas públicas brasileiras consideradas
"bons exemplos" no ensino de matemática. Dados do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, divulgados na terça-feira
(3), apontam que o Brasil melhorou no
conhecimento da disciplina, mas ainda tem muito a avançar. O país
ficou em 58º lugar entre 65 nações no ensino de matemática – a grande maioria
dos alunos brasileiros sabe somar, subtrair, multiplicar e dividir, mas ainda
não consegue aplicar esses conceitos no dia a dia (veja o ranking do Pisa 2012).
As
escolas brasileiras avaliadas pelo Movimento Todos pela Educação (veja
relação e dados das escolas no fim desta reportagem) mantêm desde 2007
resultados consistentes e acima da média nacional nas questões de matemática da
Prova Brasil, feita a cada dois anos para analisar a qualidade das turmas de 5º
e 9º ano do ensino fundamental e de 3º ano do ensino médio. O levantamento
revela que alunos dessas escolas têm desempenho similar aos de instituições de
ponta, como os colégios militares, federais e de aplicação.
Critério
de escolha
O critério de seleção usado no cruzamento de dados foi a porcentagem de alunos do 9º ano do ensino fundamental – idade ideal entre 14 e 15 anos – com aprendizado adequado em matemática acima de 45% na Prova Brasil de 2007, superior a 60% na edição 2009 e maior que 70% em 2011.
O critério de seleção usado no cruzamento de dados foi a porcentagem de alunos do 9º ano do ensino fundamental – idade ideal entre 14 e 15 anos – com aprendizado adequado em matemática acima de 45% na Prova Brasil de 2007, superior a 60% na edição 2009 e maior que 70% em 2011.
Em 2011,
a meta esperada para o Brasil nesse quesito era de 25,4%, mas a média nacional
ficou em 16,9%. Tendo desempenho acima de 70%, essas escolas já atingiram a
meta do Movimento Todos pela Educação para 2021 para o aprendizado em
matemática no 9º ano.
Seguindo
os critérios acima, foi possível chegar a um grupo de dez escolas nas regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e no Nordeste, as escolas públicas acima
das metas são federais, militares ou de aplicação, afirma o Todos pela
Educação. Segundo Priscila Cruz, diretora executiva do movimento, as
instituições destacadas nesse levantamento mostram que fazer o trabalho básico
no ensino pode dar bons resultados. "Elas fazem muito bem feito o básico e
conseguem avançar, às vezes mais do que aquelas que ficam inventando coisas
mirabolantes", diz.
Para
descobrir os detalhes sobre os projetos pedagógicos desse grupo de escolas
municipais e estaduais, o G1 entrevistou professores e diretores. Em
comum, as instituições têm o fato de serem pequenas, com menos de 100 alunos
matriculados no 9º ano. Elas representam, portanto, o perfil médio das escolas
do país – a média de matrículas nessa série foi, em 2011, de 70 alunos. Veja as
cinco principais medidas destacadas pelas escolas no levantamento:
Os alunos
são avaliados de várias formas, com provas individuais, mensais e bimestrais,
exercícios resolvidos em casa e em sala de aula"
1) Não
deixar nenhum aluno para trás
O principal foco das escolas é "não deixar o aluno para trás". As instituições ouvidas pelo G1 não fazem vestibulinho nem selecionam os alunos por desempenho acadêmico. Porém, elas dizem que mantêm o hábito de estar sempre atentas aos estudantes – novos ou antigos– que apresentam dificuldades nas aulas. Em matemática, a criança precisa aprender todo o conteúdo de uma etapa para ir para a fase (série) seguinte. Se não aprender cada um desses passos, vai se perdendo no processo ao longo dos anos. Continuidade no trabalho com os estudantes em todo o ensino fundamental e apoio aos que têm dificuldade são alguns dos segredos por trás do sucesso que a Escola Municipal José Negri, de Sertãozinho (SP), tem obtido nos últimos anos. Em 2011, 80,7% dos estudantes tiveram desempenho adequado em matemática na Prova Brasil – muito acima da meta do país para 2011, de 25,4% dos alunos.
O principal foco das escolas é "não deixar o aluno para trás". As instituições ouvidas pelo G1 não fazem vestibulinho nem selecionam os alunos por desempenho acadêmico. Porém, elas dizem que mantêm o hábito de estar sempre atentas aos estudantes – novos ou antigos– que apresentam dificuldades nas aulas. Em matemática, a criança precisa aprender todo o conteúdo de uma etapa para ir para a fase (série) seguinte. Se não aprender cada um desses passos, vai se perdendo no processo ao longo dos anos. Continuidade no trabalho com os estudantes em todo o ensino fundamental e apoio aos que têm dificuldade são alguns dos segredos por trás do sucesso que a Escola Municipal José Negri, de Sertãozinho (SP), tem obtido nos últimos anos. Em 2011, 80,7% dos estudantes tiveram desempenho adequado em matemática na Prova Brasil – muito acima da meta do país para 2011, de 25,4% dos alunos.
Na Escola
Municipal Professor Doriol Benato há
aulas de reforço em matemática no contraturno
(Foto: Arquivo pessoal)
Lá, além
de aulas clássicas de matemática, os alunos estudam no laboratório de
informática. Eles também são "avaliados internamente de várias formas, com
provas individuais, mensais e bimestrais, exercícios resolvidos em casa e em
sala de aula". Um dos caminhos seguidos pelos professores para garantir a
fixação do conteúdo é partir do concreto para o abstrato, explica a diretora
Inês Angélica Servidoni Nogueira Cabril, de 74 anos. Assim, segundo ela, o
aluno constrói o conhecimento através de situações-problema.
Na Escola
Estadual Francidene Soares Barroso, de Itamarati (AM), das oito aulas semanais
de matemática para alunos do ensino fundamental e médio, duas são específicas
para um melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) e duas para a olimpíada de matemática da instituição. "Fazemos
acompanhamento a cada prova aplicada. Os professores que trabalham com ensino
da matemática têm formação com cursos específicos e trabalham em cima das competências
cobradas na Prova Brasil", afirma Gleice Menezes, diretora da escola há 15
anos.
Os alunos
que não acompanham a turma têm aulas de reforço. O colégio, porém, conta com um
poderoso aliado. "Os estudantes são muito interessados, sempre dizem que
gostam mais de matemática e se identificam com a matéria. Nosso desafio agora é
envolver mais as famílias, o que ainda é um problema para nós", diz
Gleice.
Só vem o
aluno que quer estudar"
Maria
Cristina de Moura Fernandes, diretora de escola municipal em Conselheiro Lafaiete (MG).
Desde as
séries iniciais do ensino fundamental da Escola Municipal Professor Doriol
Beato, de Conselheiro Lafaiete (MG), os alunos são livres para participar de
atividades extraclasse de reforço, caso tenham dificuldade de aprendizagem específica
em matemática. "Só vem o aluno que quer estudar", diz a diretora
Maria Cristina de Moura Fernandes, que está na escola há 22 anos e já atuou
como coordenadora e pedagoga do colégio. Em 2011, o Doriol teve 76,6% dos
alunos com o aprendizado esperado na área.
Na Escola Municipal Pastor Hans Müller,
localizada em Joinville (SC), a evasão escolar e o rodízio de professores são
muito baixos. Atualmente, são 830 alunos. Quem entra no 1º ano costuma ficar
até o 9º e concluir o ensino fundamental. Na grade curricular, os alunos podem
optar entre inglês e alemão. A boa infraestrutura é outra aliada: a instituição
tem laboratório de informática, biblioteca, quadra coberta e auditório. "A
escola é muito procurada por conta dos bons resultados que alcança. Temos uma
demanda grande, há pelo menos 20 crianças na lista de espera para cada
série", afirma a diretora Wally Maria Effting.
É um
trabalho mais tradicional. Em matemática tem que fazer exercício, tem que
assimilar, tem que entender, fazer, fazer e fazer". Sônia
Ruschel Poersch, professora de matemática de colégio estadual de Feliz (RS).
2)
Incentivar os alunos já avançados
Várias das escolas que entraram no levantamento, por terem mais de 70% de seus alunos com aprendizado adequado em matemática em 2011, não se contentam apenas com a palavra "adequada". Por isso, os professores não só ajudam os alunos com maior dificuldade a acompanhar a turma, mas incentivam os estudantes com maior facilidade a continuar avançando em seu próprio ritmo. Uma das maneiras mais comuns de fazer isso é por meio das olimpíadas acadêmicas, principalmente a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Várias das escolas que entraram no levantamento, por terem mais de 70% de seus alunos com aprendizado adequado em matemática em 2011, não se contentam apenas com a palavra "adequada". Por isso, os professores não só ajudam os alunos com maior dificuldade a acompanhar a turma, mas incentivam os estudantes com maior facilidade a continuar avançando em seu próprio ritmo. Uma das maneiras mais comuns de fazer isso é por meio das olimpíadas acadêmicas, principalmente a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Para
estimular o interesse de seus estudantes, a professora Sônia Ruschel Poersch,
do Colégio Estadual Professor Jacob Milton Bennemann, do município de Feliz
(RS), diz que tomou para si a tarefa de inscrever os alunos nas olimpíadas de
matemática e que, apesar de alguns decidirem participar apenas "fazendo
por fazer", ela afirma que outros já pegaram gosto pela competição, mas
ainda não ganharam medalhas.
De acordo
com Sônia, o que dá resultado é um trabalho constante de cobrança para que os
estudantes façam exercícios, incluindo lições de casa várias vezes por semana,
com pesquisa e apresentação de trabalhos. Suas ferramentas são velhas
conhecidas de todas as gerações: o livro, o caderno, o giz e o quadro negro.
"É um trabalho mais tradicional. Em matemática, tem que fazer exercício,
assimilar, entender, fazer, fazer e fazer."
Em
Sertãozinho (SP), o estudante Otávio Sarti Alves, de 13 anos, aluno da Escola
Municipal Professor José Negri, coleciona medalhas em matemática. "A gente
se esforça, mas a qualidade do ensino é o que mais conta", diz.
"Perguntam se sou inteligente, mas acho que a inteligência depende do
nosso esforço. Por isso, a gente tem que aproveitar as oportunidades que tem na
escola."
Na edição
deste ano, 19 estudantes da Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão, escola
municipal de Cocal dos Alves, no interior do Piauí, passaram para a segunda
fase da Obmep, e 17 foram premiados – um com medalha de prata, cinco com bronze
e 11 com menções honrosas. Segundo o diretor do colégio, João de Brito Amaral,
os professores vão à escola aos sábados para tirar dúvidas dos alunos, que são
incentivados a criar grupos de estudos.
Principalmente
no segundo semestre, e em anos de aplicação da Prova Brasil e outras
avaliações, a escola também instituiu um sistema de reforço escolar no
contraturno (período inverso àquele em que o aluno está matriculado), no qual
alunos do 9° ano são convidados a atuar como professores dos mais novos.
"Eles têm uma linguagem até mais acessível aos estudantes das séries
menores. A gente só conta com dois professores de matemática para dar
apoio", disse Amaral, enfatizando que a escola cumpre todo o currículo
obrigatório, e não apenas os conteúdos que caem na Prova Brasil. Em 2011, 89,5%
dos alunos do 9° ano apresentaram desempenho adequado na avaliação do MEC.
De acordo
com o rendimento dos alunos da escola José Negri, em Sertãozinho (SP), no
contraturno eles têm a possibilidade de estudar de maneira focada. "Temos
aulas que chamamos de apoio, no período contrário, para alunos com
dificuldades. E também aulas de projetos de olimpíadas para os estudantes
avançados. Na sala de aula, há ajuda mútua entre eles: os mais avançados
procuram ajudar os que têm maior dificuldade", explica a diretora Inês.
Um dos
alunos que acabaram se destacando na escola foi Otávio Sarti Alves, que
conquistou uma medalha de ouro na Obmep de 2013.
Os pais
são muito engajados. Fazemos eventos envolvendo as famílias, o que ajuda a
melhorar a qualidade do ensino. A receita é simples, há um compromisso de
família, escola e corpo docente com a educação". Vladimir
dos Santos Barros, diretor de escola municipal em Miguel Pereira (RJ)
3)
Estabelecer laços fortes com os pais
O envolvimento dos pais é um dos fatores citados por professores e diretores dos colégios ouvidos pelo G1 como causa direta dos bons resultados. Na Escola Estadual Dom Aquino Correia, em Juruena (MT), cidade de 12 mil habitantes e distante 900 km da capital Cuiabá, quem elege o diretor é a própria comunidade escolar. Edilso Bratkoski afirma que cumpre seu segundo mandato e, em 2014, deixará a diretoria para voltar a lecionar química e ciência.
O envolvimento dos pais é um dos fatores citados por professores e diretores dos colégios ouvidos pelo G1 como causa direta dos bons resultados. Na Escola Estadual Dom Aquino Correia, em Juruena (MT), cidade de 12 mil habitantes e distante 900 km da capital Cuiabá, quem elege o diretor é a própria comunidade escolar. Edilso Bratkoski afirma que cumpre seu segundo mandato e, em 2014, deixará a diretoria para voltar a lecionar química e ciência.
Marlene
de Paula Freitas, que dirige há cinco anos o Educandário Evangélico Ebenézer,
em Gurupi (TO), explica que tenta incentivar os professores e fortalecer
parcerias com os pais. Entre os projetos que envolvem as famílias, está o
Tarefa de Casa, que incentiva os alunos a fazerem lições de casa com
frequência. "Toda criança precisa fazer a tarefa. Se não fizer, tem que
ficar 10 ou 15 minutos depois da aula para fazê-la", conta Marlene.
Além da
checagem rigorosa do comprometimento dos estudantes com a lição de casa, os
professores do educandário ficam de olho no desempenho geral de seus alunos.
"Quando a professora percebe que a criança está ficando relapsa,
desmotivada, a gente liga para a mãe e faz convite para vir à escola – não
deixa só para o final do ano". O mesmo acontece, segundo a diretora do
Ebenézer, na hora de identificar e reduzir as deficiências dos alunos novos,
caso eles cheguem à escola atrasados em relação aos demais colegas. A Escola
Municipal Professor Governador Portela, de Miguel Pereira (RJ), foi inaugurada em 1942 para
atender os funcionários da Estação Ferroviária Miguel Pereira, que funcionou
até 1996 no distrito de Governador Portela. O colégio esteve em operação por 55
anos, ficou desativado por dois e foi reabertao pela prefeitura em 2000, no
mesmo endereço – um prédio histórico. Na Prova Brasil de 2011, 89,7% dos alunos
do 9° ano tiveram desempenho adequado em matemática.
Segundo o
diretor Vladimir dos Santos Barros, o respeito adquirido no passado pela escola
se mantém entre os alunos, professores e a comunidade até hoje. São 200 alunos
do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, muitos deles têm pais que também
estudaram no colégio. "Os pais são muito engajados. Fazemos eventos
envolvendo as famílias, o que ajuda a melhorar a qualidade do ensino. A receita
é simples: há um compromisso de família, escola e corpo docente com a
educação", afirma Barros.
Já a
comunidade da escola catarinense Pastor Hans Müller é tão engajada, que os
professores se voluntariam para dar aulas de reforço no contraturno escolar.
Atualmente, o pai de um dos alunos também faz isso, mas em anos anteriores já
houve participação de estudantes do ensino médio de escolas particulares da
região. Ainda no período inverso ao das aulas regulares, os estudantes têm como
opção atividades como aulas de dança, capoeira e italiano.
4)
Recursos e programas do governo
O Educandário Evangélico Ebenézer, do Tocantins, tem, além do desempenho acima
da média na Prova Brasil e de uma colocação privilegiada entre as 50 melhores
escolas públicas do Brasil no Ideb, 70% das medalhas em olimpíadas do
conhecimento conquistadas por estudantes do estado, diz a diretora Marlene. Com os
bons resultados, vieram também os bônus por desempenho a professores, alunos e
até funcionários que cuidam da limpeza e da merenda. A escola também aderiu a
programas dos governos. Por causa de um deles, conseguiu mais de 600 laptops,
que os alunos usam tanto na escola quanto em casa. Na escola Dom Aquino, de Mato Grosso, o foco da
equipe gestora é trabalhar a leitura e interpretação de texto com os alunos, o
que também resulta em bons resultados em matemática. Mas o incentivo está
ancorado em infraestrutura: para incentivar a leitura entre os mais de mil
estudantes da escola, entre ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos
(EJA), a biblioteca é bem "recheada". São quase 9 mil títulos, além
de revistas e gibis. "Costumamos comprar livros que os alunos indicam e,
em média, fazemos 120 locações por dia." Os professores também levam para
salas de aula uma "caixa de leitura", com alguns livros que os alunos
leem durante os intervalos.
5)
Formação continuada dos professores
Incentivo à reciclagem e à formação continuada dos professores de todas as áreas, incluindo matemática, também é um fator que ajudou as escolas públicas (fora das redes federal, militar e de aplicação) que já bateram a meta nacional para 2021 em matemática no 9° ano do ensino fundamental. Dos três professores de matemática da Escola Estadual Pio XII, de Bom Princípio (RS), dois já concluíram cursos de especialização e um atualmente faz mestrado, por exemplo.
Incentivo à reciclagem e à formação continuada dos professores de todas as áreas, incluindo matemática, também é um fator que ajudou as escolas públicas (fora das redes federal, militar e de aplicação) que já bateram a meta nacional para 2021 em matemática no 9° ano do ensino fundamental. Dos três professores de matemática da Escola Estadual Pio XII, de Bom Princípio (RS), dois já concluíram cursos de especialização e um atualmente faz mestrado, por exemplo.
Os
professores são concursados e permanecem muitos anos na escola. Isso permite
que eles conheçam bem as crianças e acompanhem durante os nove anos". Wally
Maria Effting, diretora de escola municipal de Joinville (SC). Segundo a
diretora Maridalfa Luft, a formação dos professores é um fator positivo não só
em matemática, mas em outras matérias. "Aprimorar a capacidade de leitura
e interpretação de textos, desenvolver a habilidade de argumentação, modelar,
elaborar hipóteses em experimentos e estimular a criatividade são algumas entre
muitas atividades que contribuem para o sucesso da aprendizagem e acabam
refletindo no aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem", explica
Maridalfa. Sem bônus
financeiro atrelado ao desempenho dos professores ou recursos tecnológicos que
vão além de uma sala digital, a diretora conta que a escola se apoia na
dedicação dos profissionais, no trabalho consistente em todos os níveis de
ensino, na participação dos pais no cotidiano escolar e no aproveitamento de
todas as oportunidades, como as olimpíadas de língua portuguesa, matemática e
física, da qual a Pio XII teve um aluno selecionado para a segunda fase já em
sua estreia, no ano passado.
Para garantir que todos os estudantes consigam
acompanhar os conteúdos em sala de aula, os professores investem na recuperação
deles e "desenvolvem atividades diferenciadas para oferecer novas opções
de compreender conceitos que não foram entendidos de forma satisfatória".
Além disso, há promoção de atividades em grupo, nas quais os colegas se ajudam
mutuamente. Com os pais, a diretora procura sugerir atividades de lazer que
também ajudam na fixação da matéria, como jogos educativos e práticas que usam
o raciocínio e a elaboração de estratégias, como o xadrez.
A diretora
Wally Maria, da escola Pastor Hans Müller, em Joinville (SC), destacou a baixa
rotatividade de docentes como um indicador de qualidade. "Os professores
são concursados e permanecem por muitos anos na escola. Isso permite que eles
conheçam bem as crianças e as acompanhem durante os nove anos. Os pais também
são muito presentes e ajudam a cobrar as tarefas em casa", afirmou. A
cooperação entre professores também dá resultados. Na escola mineira Doriol
Beato, os alunos com dificuldades em matemática têm dois professores à
disposição: o regular, da sala de aula, e o "recuperador", que ensina
no contraturno. "Há um trabalho de equipe: um professor sempre dá
continuidade ao trabalho do outro na série seguinte", afirma a diretora
Maria Cristina, da Escola Estadual Pio XII, de Bom Princípio (RS).
Veja
lista de dez escolas públicas com bons resultados em matemática:
Escola
Estadual Dom Aquino Correa
Cidade: Juruena (MT)
Matrículas no 9º ano em 2011: 61
Participação na Prova Brasil 2011: 88,5%
Aprendizado adequado em matemática: 55,1% (2007), 64,7% (2009) e 73,9% (2011)
Diferencial: Diretor eleito, foco em leitura e intepretação
Cidade: Juruena (MT)
Matrículas no 9º ano em 2011: 61
Participação na Prova Brasil 2011: 88,5%
Aprendizado adequado em matemática: 55,1% (2007), 64,7% (2009) e 73,9% (2011)
Diferencial: Diretor eleito, foco em leitura e intepretação
Educandário
Evangélico Ebenézer
Cidade: Gurupi (TO)
Matrículas no 9º ano em 2011: 57
Participação na Prova Brasil 2011: 100%
Aprendizado adequado em matemática: 49,1% (2007), 65,8% (2009) e 78,9% (2011)
Diferencial: Nenhum aluno é deixado para trás
Cidade: Gurupi (TO)
Matrículas no 9º ano em 2011: 57
Participação na Prova Brasil 2011: 100%
Aprendizado adequado em matemática: 49,1% (2007), 65,8% (2009) e 78,9% (2011)
Diferencial: Nenhum aluno é deixado para trás
Escola
Municipal Prof. Governador Portela
Cidade: Miguel Pereira (RJ)
Matrículas no 9º ano em 2011: 30
Participação na Prova Brasil 2011: 96,7%
Aprendizado adequado em matemática: 88,9% (2007), 77,4% (2009) e 89,7% (2011)
Diferencial: Respeito pela história da escola
Cidade: Miguel Pereira (RJ)
Matrículas no 9º ano em 2011: 30
Participação na Prova Brasil 2011: 96,7%
Aprendizado adequado em matemática: 88,9% (2007), 77,4% (2009) e 89,7% (2011)
Diferencial: Respeito pela história da escola
Col.
Estadual Prof. Jacob Milton Bennemann
Cidade: Feliz (RS)
Matrículas no 9º ano: 32
Participação na Prova Brasil 2011: 84,4%
Aprendizado adequado em matemática: 53,6% (2007), 71,4% (2009) e 74,1% (2011)
Diferencial: Foco na prática dos exercícios, uso do quadro-negro convencional
Cidade: Feliz (RS)
Matrículas no 9º ano: 32
Participação na Prova Brasil 2011: 84,4%
Aprendizado adequado em matemática: 53,6% (2007), 71,4% (2009) e 74,1% (2011)
Diferencial: Foco na prática dos exercícios, uso do quadro-negro convencional
Escola
Municipal Pastor Hans Müller
Cidade: Joinville (SC)
Matrículas no 9º ano em 2011: 106
Participação na Prova Brasil 2011: 92,5%
Aprendizado adequado em matemática: 49,2% (2007), 69,0% (2009) e 72,6% (2011)
Diferencial: Pouca evasão, aulas de alemão e voluntários ensinando no contraturno
Cidade: Joinville (SC)
Matrículas no 9º ano em 2011: 106
Participação na Prova Brasil 2011: 92,5%
Aprendizado adequado em matemática: 49,2% (2007), 69,0% (2009) e 72,6% (2011)
Diferencial: Pouca evasão, aulas de alemão e voluntários ensinando no contraturno
Escola
Municipal Professor José Negri
Cidade: Sertãozinho (SP)
Matrículas no 9º ano em 2011: 78
Participação na Prova Brasil 2011: 100%
Aprendizado adequado em matemática: 77,6% (2007), 75,8% (2009) e 80,7% (2011)
Diferencial: Apoio a quem tem dificuldade e incentivo a quem tem facilidade
Cidade: Sertãozinho (SP)
Matrículas no 9º ano em 2011: 78
Participação na Prova Brasil 2011: 100%
Aprendizado adequado em matemática: 77,6% (2007), 75,8% (2009) e 80,7% (2011)
Diferencial: Apoio a quem tem dificuldade e incentivo a quem tem facilidade
Escola
Estadual Francidene Soares Barroso
Cidade: Itamarati (AM)
Matrículas no 9º ano em 2011: 145
Participação na Prova Brasil 2011: 77,2%
Aprendizado adequado em matemática: 58,9% (2007), 81,7% (2009) e 78,3% (2011)
Diferencial: Aulas focadas na Prova Brasil e nas olimpíadas de matemática
Cidade: Itamarati (AM)
Matrículas no 9º ano em 2011: 145
Participação na Prova Brasil 2011: 77,2%
Aprendizado adequado em matemática: 58,9% (2007), 81,7% (2009) e 78,3% (2011)
Diferencial: Aulas focadas na Prova Brasil e nas olimpíadas de matemática
Escola
Estadual Pio XII
Cidade: Bom Princípio (RS)
Matrículas no 9º ano em 2011: 28
Participação na Prova Brasil 2011: 85,7%
Aprendizado adequado em matemática: 60,0% (2007), 69,2% (2009) e 70,8% (2011)
Diferencial: Professores sempre em formação
Cidade: Bom Princípio (RS)
Matrículas no 9º ano em 2011: 28
Participação na Prova Brasil 2011: 85,7%
Aprendizado adequado em matemática: 60,0% (2007), 69,2% (2009) e 70,8% (2011)
Diferencial: Professores sempre em formação
Unidade
Escolar Teotônio Ferreira Brandão
Cidade: Cocal dos Alves (PI)
Matrículas no 9º ano em 2011: 41
Participação na Prova Brasil 2011: 92,7%
Aprendizado adequado em matemática: 60,5% (2009) e 89,5% (2011). A escola não teve o resultado da Prova Brasil 2007 divulgado pelo MEC
Diferencial: Alunos mais velhos ensinam os mais novos
Cidade: Cocal dos Alves (PI)
Matrículas no 9º ano em 2011: 41
Participação na Prova Brasil 2011: 92,7%
Aprendizado adequado em matemática: 60,5% (2009) e 89,5% (2011). A escola não teve o resultado da Prova Brasil 2007 divulgado pelo MEC
Diferencial: Alunos mais velhos ensinam os mais novos
Escola
Municipal Professor Doriol Beato
Cidade: Conselheiro Lafaiete (MG)
Matrículas no 9º ano: 191
Participação na Prova Brasil 2011: 91,6%
Aprendizado adequado em matemática: 80,3% (2007), 70,1% (2009) e 76,6% (2011)
Diferencial: Professor "recuperador" no contraturno
Fonte: G1 acessado em 05/12/2013 08h21
Cidade: Conselheiro Lafaiete (MG)
Matrículas no 9º ano: 191
Participação na Prova Brasil 2011: 91,6%
Aprendizado adequado em matemática: 80,3% (2007), 70,1% (2009) e 76,6% (2011)
Diferencial: Professor "recuperador" no contraturno
Fonte: G1 acessado em 05/12/2013 08h21